madridd1997

 
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Trate os defeitos dos outros com a mesma consideração que lida com os seus
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"Amor Pleno"

Se amar em plenitude,
amar e ser amado
fosse simples, óbvio,
não seria o amor tão
querido, tão desejado.
O amor não se procura,
simplesmente se descobre,
não o vemos, só o sentimos.
De todos os sentimentos
dos humanos, é ele o mais
copioso e transcendente,
o mais pudico e nobre.
É preciso prudência ao ouvir
ou ao emitir a exclamação:
Te amo! Pois o amor pleno
edifica-se sobre a égide
da razão e da emoção,
não admitindo ele,
impressão ou engano!


O Susto

O Susto
(Basilina Pereira)

A escolha é o tributo da existência.
Não há certeza de nada:
daquele tempo que não veio
da verdade que não se abriu
e de tudo que não vingou... depois do sono.
A neblina esconde o medo
e os sentimentos.
Esses, que bem poderiam não ter existido.
Talvez se tivessem passado no comboio da tarde,
assim mesmo: direto, sem olhar para os lados...
talvez pudessem evitar a germinação da semente,
a dor de nascer,
a coragem para abrir os olhos,
arriscar a lágrima e escolher
- no susto -
o caminho que se trilha em primeira vez.


A mulher linda e sensual

A mulher linda e sensual

Mulher bonita há muitas. Mulher linda é raro. A mulher linda só sofre menos que outro tipo de mulher: a sensual. Fora daí, pena mais que todas as outras.
O sofrimento da beleza pertence, porém, aos problemas da felicidade, que são muito melhores que os problemas da infelicidade, porém ingentes e dolorosos. Há problemas da felicidade tão dolorosos quanto problemas da infelicidade. A natureza do problema difere, não a sua intensidade.
Vejo a mulher linda chegar a uma reunião. Já todos se modificam. Ninguém é natural diante de uma mulher bonita (eu chego a me esconder). É como o homem de carisma: raros conseguem naturalidade diante dele. Não é fácil passar a vida inteira recebendo o amor que não se quer, elogios de que não se precisa, a ponto de com eles se acostumar e não conseguir sem eles viver. Esta é a sina dolorosa da felicidade de ser bela. Quando a linda mulher se aproxima, todos se põem em quarda, ninguém permanece o mesmo, até o assunto muda. O ar chega a parar, inveja, paixão, medo, hostilidde, admiração, temor, comparações, reverência, ciúmes, deslumbramento. Todos respiram de modo diferente e não conversam: tratam de se recuperar do pasmo causado. O "aleijão" da beleza machuca tanto quanto o da feiúra...
Vejo-a sabendo-se centro dos olhares. Não há como não a admirar: desenvolveu a capacidade das mulheres bonitar de olhar pra todos os lados sem fixar ninguém. Não pode. Um segundo de vacilação e todos confundirão suas intenções. Não é fácil viver assim. Penso na sua preocupação por saber que onde for, com quem falar ou o que fizer, sempre, em todos os lugares, sem descanso, estará sendo procurada, cantada, seduzida. Talvez não consiga o amor do homem que ama, por medo dele, de se unir a quem viverá sendo tentada e testada, dia e noite, sempre.
Inverto a situção, perguntando-me: eu aguentaria passar a vida sendo cantado? É suportável a tentação de ser querido por pessoas altamente sedutoras? Dá pra aguentar? Como será a cabecinha de quem vive sendo cantada, admirada, procurada, cortejada? A um se resiste, mas a mil?

Só a mulher sensual sofre mais que a mulher linda. A sensual ameaça ainda mais globalmente. Digo mulher sensual para caracterizar quem tem a sensualidade como dominante e não a beleza (beleza demais quase sempre abafa a sensualidade aparente). Digo mulher sensual para caracterizar a que age sensualmente, a que é vítima e deusa da função sexual. Só esta sofre mais.
Da sensualidade até os homens fogem. Temem-na muito mais que a beleza. A mulher linda pode passar a vida sendo procurada. A sensual passa a vida procurando. Em compensação, quando (se) encontra a plenitude, talvez seja a mais fiel de todas. A mulher linda é escolhida e a sensual escolhe.
A mulher sensual sofre de solidão. Todos a temem. E os sistemas a condenam, marginalizam, apedrejam. A beleza, de certa forma, acomoda-se aos sistemas. Símbolo do que há de bom, superior, luxuoso, a beleza acaba em mãos das classes dominantes, até porque estas são mais finas, puderam se aprimorar, têm "bom gosto", precisam conviver com o belo, harmônico, suave, padrão (burguês) de valor estético. A mulher linda acaba por se proteger junto ao poder. Ele a envolve e a preserva das próprias buscas. Protege-a, em vez de ela mesma se cuidar. Por isso as lindas morrem tristes. A mulher sensual nem essa possibilidade tem. Quando o poder a procura, é na situação de outra ou de relação hedonista, jamais se entrega, compreensão e amor. Sofre mais. Ameaça sempre. E em geral não se conforma de ser colhida. Atira-se a colher. Sofre durante a procura. Realiza-se no encontro.

A mulher linda, porém, sofre de modo diferente. Não é marginal ao poder. Vive no centro dele: envidraçada. Foi (es)colhida e nem sempre tem como se libertar. Sofre por jamais ter espontaneidade e por temer conseguir as coisas por causa da beleza e não dos seus méritos. É-lhe negado até o reconhecimento mínimo de ser inteligente, possuir valor próprio, saber fazer as coisas. Não lhe é perdoado o mínimo desvio. Sente os demais à espreita de cobrar um preço existencial a mais pelo pecado e ofensa de ser tão acima da média, tão assustadoramente bela.

Mas com tudo isso, penando o que só ela sabe, perguntem-lhe se prefere ser menos bonita. Ou se aceita envelhecer...

Artur da Távola

Amigo” - por Artur da Távola

Amigo” - por Artur da Távola

Amigo é quem, conhecido ou não, vivo ou morto, nos faz pensar, agir ou nos comportarmos no melhor de nós mesmos. É quem potencializa esse material. Não digo que laboremos sempre no pior de nós mesmos (algumas pessoas, sim), mas nem sempre podemos ser integrais para operar no melhor de nós. Há que contar com algum elemento propiciador, uma afinidade, empatia, amor, um pouco de tudo isso. E, sempre que agimos no melhor de nós mesmos, melhoramos, é a mais terapêutica das atitudes, a mais catártica e a mais recompensadora. Esta é a verdadeira amizade, a que transcende os encontros, os conhecimentos, o passado em comum, aventuras da juventude vividas junto. Um escritor ou compositor morto há mais de cem anos pode ser o seu maior amigo.

Esse conceito de amizade transcende aquele outro mais comum: o de que amigo é alguém com quem temos afinidade, alguma forma de amor não-sexual, alguém com quem podemos contar no infortúnio, na tristeza, pobreza, doença ou desconsolo. Claro que isso é também amizade, mas o sentido profundo desse sentimento desafiador chamado amizade é proveniente de pessoas, conhecidas ou não, distantes ou próximas, que nos levam ao melhor de nós. E o que é o melhor de nós? É algo que todos temos, em estado latente ou patente, desenvolvido ou atrofiado. Mas temos. E certas pessoas conseguem o milagre de potencializar esse melhor. Sentimos-nos, então, fundamente gratos e, de certa maneira, orgulhosos (no bom sentido da palavra) por podermos exercitar o que temos de melhor. Este melhor de nós contém sentimentos, palavras, talentos guardados, bondades exercidas, ou não.

Amar, ao contrário do que se pensa, não perturba a visão que se tem do outro. Ao contrário, aguça-a, aprofunda-a, aprimora-a. Faz-nos ver melhor. Também assim é a amizade, forma especial de amor, capaz de ampliar a lucidez e os modos generosos e compreensivos de ver, sentir, perceber o outro e, sobretudo -se possível- potencializar os seus melhores ângulos e sentimentos. Somos todos seres carentes de sermos vistos e considerados pelo melhor de nós. A trivialidade, a superficialidade, as disputas inconscientes, a inveja, a onipotência, a doença da auto-referência faz a maioria das pessoas transformar-se em vítimas do próprio olhar restritivo. E o olhar restritivo é sempre fruto da projeção que fazem (fazemos) nos demais, de problemas e partes que são nossas e não queremos ver. E quantas vezes isso acontece entre pessoas que se dizem amigas. Essas pessoas (que se dizem amigas) ignoram certas descobertas do velho Dr. Freud e, através de chistes, passam o tempo a gozar o “amigo”, alardeando intimidade (onde às vezes há inveja) como prova de amizade. O que não é. Mesmo quando é… Caso se queira medir o tamanho de uma amizade, meça-se a capacidade de perceber, sentir e potencializar o melhor do outro, porque somente essa atitude fará dele uma pessoa cada vez melhor e, por isso, merecedora da amizade que lhe é dedicada.”

Artur da Távola

Dia do amigo

O Dia Internacional do Amigo, celebrado a 20 de julho, foi primeiramente adotado em Buenos Aires, na Argentina, com o Decreto nº 235/79[carece de fontes?], sendo que foi gradualmente adotado em outras partes do mundo.

A data foi criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro. Com a chegada do homem à lua, em 20 de julho de 1969, ele envioucerca de quatro mil cartas para diversos países e idiomas, instituir o Dia do Amigo. Febbraro considerava a chegada do homem a lua "um feito que demonstra que se o homem se unir com seus semelhantes, não há objetivos impossíveis".[1] Assim, durante um ano, o argentino divulgou o lema "Meu amigo é meu mestre, meu discípulo é meu companheiro"[carece de fontes?].

Aos poucos a data foi sendo adotada em outros países e hoje, em quase todo o mundo, o dia 20 de julho é o Dia do Amigo, é quando as pessoas trocam presentes, se abraçam e declaram sua amizade umas as outras, na teoria. [2][3][4]

No Brasil, apesar de não ser criada por lei, o dia do amigo é comemorado popularmente em 18 de abril.[5] No entanto, o país também vem adotando a data internacional, 20 de julho, sendo inclusive instituída oficialmente em alguns estados e municípios.[6][7][8]