PAPAGAIOMUDO

 
Adăugat: 12.11.2008
O caráter de um homem é formado pelas pessoas que escolheu para conviver. (Sigmund Freud )
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ATRITOS

 

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Ninguém muda ninguém; ninguém muda sozinho; nós mudamos nos encontros. Simples, mas profundo, preciso.

É nos relacionamentos que nos transformamos.  

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Somos transformados a partir dos encontros, desde que estejamos abertos e livres para sermos impactados pela idéia e sentimento do outro.

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Você já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio, e as pedras que estão em sua foz? As pedras na nascente são toscas, pontiagudas, cheias de arestas.

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   À medida que elas vão sendo carregadas pelo rio, sofrendo a ação da água e se atritando com as outras pedras, ao longo de muitos anos, elas vão sendo polidas, desbastadas.

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Assim também agem nossos contatos humanos. Sem eles, a vida seria monótona, árida. A observação mais importante é constatar que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem a existência do outro, sem o seu contato.

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 Passar pela vida sem se permitir um relacionamento próximo com o outro, é não crescer, não evoluir, não se transformar.

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 É começar e terminar a existência com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa. Quando olho para trás, vejo que hoje carrego em meu ser várias marcas de pessoas extremamente importantes.

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Pessoas que, no contato com elas, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas, transformando-me em alguém melhor, mais suave, mais harmônico, mais integrado.

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Outras, sem dúvida com suas ações e palavras me criaram novas arestas, que precisaram ser desbastadas

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  Faz parte... Reveses momentâneos servem para o crescimento. A isso chamamos experiência. Penso que existe algo mais profundo, ainda nessa análise. Começamos a jornada da vida como grandes pedras, cheias de exces sos.

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  Os seres de grande valor, percebem que ao final da vida, foram perdendo todos os excessos que formavam suas arestas, se aproximando cada vez mais de sua essência, e ficando cada vez menores, menores, menores...

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   Quando finalmente aceitamos que somos pequenos, ínfimos, dada a compreensão da existência e importância do outro, e principalmente da grandeza de DEUS, é que finalmente nos tornamos grandes em valor.

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  Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado? Sabemos quanto se tira de excesso para chegar ao seu âmago. É lá que está o verdadeiro valor...

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  Pois, DEUS fez a cada um de nós com um âmago bem forte e muito parecido com o diamante bruto, constituído de muitos elementos, mas essencialmente de AMOR. DEUS deu a cada um de nós essa capacidade, a de AMAR... Mas temos que aprender como.  

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  Para chegarmos a esse âmago, temos que nos permitir, através dos relacionamentos, ir desbastando todos os excessos que nos impedem de usá-lo, de fazê-lo brilhar.

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Por muito tempo em minha vida acreditei que amar significava evitar sentimentos ruins. Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva, ignorar e ser ignorado faz parte da construção do aprendizado do amor.

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  Não compreendia que se aprende a amar sentindo todos esses sentimentos contraditórios e... os superando. Ora, esses sentimentos simplesmente não ocorrem se não houver envolvimento... E envolvimento gera atrito.

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Minha palavra final: ATRITE-SE! Não existe outra forma de descobrir o AMOR. E sem ele a VIDA não tem significado. (Roberto Crema)    – Presidente do Colégio Internacional dos Terapeutas – UNIPAZ. –


Você é Feliz ?

' Tenha serenidade para aceitar as coisas que você não pode mudar, coragem para modificar aquelas que podem ser mudadas e sabedoria para conseguir distinguir entre elas'.

 

O escritor francês Fénelon declarou certa vez que o mais infeliz do Ser Humano é aquele que assim se julga, porque a desgraça depende menos das coisas que sofremos do que da imaginação com que  aumenta a própria infelicidade. E ele tinha razão ao dizer isso, há 200 anos, como teria  se dissesse isso hoje. Pois o mais  infeliz dos Seres Humanos é aquele que  assim se julga ser. Porque felicidade e infelicidade decorrem de estados mentais ou de estado de espírito.

 

Não são os acontecimentos em si que fazem alguém ser feliz ou infeliz, mas a idéia que  faz desses acontecimentos. Basta a gente observar e ouvir. Para os pessimistas ou tristes, os ventos gemem. Para os otimistas, os alegres, eles cantam. É uma questão de percepção, de postura mental, pessoal. Claro, pode-se errar, fracassar, até fazer besteiras, que ninguém é perfeito. Permanecer um eterno nocauteado é estar com nada nos dias de hoje. É preciso levantar, reiniciar a luta, dar um novo rumo ao barco da existência. Esta precisa ter um objetivo. Ficar chorando o leite derramado não leva a lugar nenhum. Por tudo isso percebe-se que é a mente que faz a felicidade ou a destrói, que constrói o sucesso ou cria a depressão. Enfim, é a mente que direciona a própria vida, o pensar positivo ou negativo da pessoa.

Por isso, é importante que cada indivíduo preste atenção ao conteúdo de suas reflexões diárias a respeito de si, dos fatos, das situações, dos preconceitos que cultiva, da raiva que tem do mundo. Se alguém vive se queixando da vida, de que ninguém lhe quer bem, que não gosta do dia porque faz calor e da noite porque não tem sol, que vê fantasmas e demônios por toda  parte, que critica Deus e todo mundo, que olha tudo com lentes escuras, que pensa que tudo vai dar errado, certamente irá de mal a pior, pois o que planta e cria na mente colherá na realidade.

 

“O mais infeliz  é aquele que assim se julga” foi sabiamente interpretado por Fénelon. Ao tomar-se como infeliz, a pessoa será infeliz, já que é assim que pensa ser. Então, por que não inverter a frase: O mais feliz é aquele que assim se julga? E a conclusão desta verdade afirmará que o mundo criado na mente é o mesmo que se expressa na vida real.

 

Bom, mas se é assim, por que não inundar a mente, a alma, o  coração com as energias da felicidade? Por que não proclamar este estado mental aos quatro cantos do mundo, dizendo que estamos bem com a vida, com as pessoas; que sabemos apreciar uma manhã de sol, o brilho das estrelas à noite, a inocência das crianças, a imensidão do mar, azul do céu, o mistério que paira em cada abismo humano, a capacidade de trabalho do companheiro que ancorou conosco, lado a lado, no mesmo porto desta empresa?

 

Certamente, este estado mental trará consigo o efeito correspondente. Imaginar a felicidade batendo à nossa porta é uma questão de ser ou não ser feliz. Agora deixá-la entrar e instalar-se pela nossa vida adentro é uma questão de opção pessoal e de bom senso.

 

Sendo assim meus amigos(as) ,  deixe a felicidade entrar ... experimente a felicidade hoje ... e amanhã me responda sua experiência .

 

 Papa


Alma Gemeas - Lindo

Existe realmente nossa Alma Gêmea?
 

Um dos questionamentos mais complexos e íntimos do relacionamento humano é aquele proposto pelo casamento, ou seja, pela união de dois seres que procuram a felicidade - cada um a seu modo - e que pode ter um resultado especialmente gratificante ou desoladamente depressivo. O casamento oferece os extremos seja da felicidade que da servidão humana, com um maior ou menor grau entre esses dois pontos, muitas vezes permanecendo ‘no meio termo’.
Mas será que essas uniões são predestinadas? Será que é necessário que um parceiro encontre a felicidade no casamento enquanto outro experimente somente a tragédia nessa mesma instituição? Em que condições - se elas existem - essas circunstâncias se baseiam? Quando o casamento é aconselhável ou desaconselhável? É possível determinar por antecipação se existe uma outra pessoa com a qual a felicidade seja possível, uma pessoa que realmente nos complete e nos proporcione a tão almejada felicidade? O que nos leva a procurar esse parceiro ideal, ou idealizado?

Mais prudente seria afirmar que a maioria dos casamentos é o resultado de uma irresistível atração física. Especialmente quando são feitos na juventude, onde os fatores hormonais e físicos têm maior peso sobre as decisões de cada um de nós. E isso também explicaria também a razão do alto grau de divórcios na sociedade moderna.
Pois é, um casamento bem sucedido deveria também ser baseado na compreensão do processo de reencarnação. Isso quer dizer que uma pessoa deveria encontrar seu par não só fisicamente como espiritualmente e compreender que é através dessa união que ele terá a oportunidade de evoluir sua consciência. Parece uma tarefa impossível, não é mesmo? Mas vamos procurar analisar alguns fatores que nos ajudarão a evitar uma escolha irrefletida e conseqüentemente, fadada ao fracasso.

A Doutrina da Alma, conforme é explicada pelos cabalistas, irradia luz sobre esse assunto. O
Zohar prega que todas as almas existem desde o início da Criação. De fato, esse livro sagrado do judaísmo vai além, afirmando que essas almas pré-existentes já estavam pré-formadas em sua inteligência individual enquanto ainda se encontravam escondidas no útero da eternidade. Quanto o Criador ‘pensou’ (imaginou) o mundo, todas as almas foram concebidas com essa idéia divina, cada uma com sua forma peculiar. Assim concluímos que, sendo nós uma criação da Mente Divina, existimos desde que Deus começou a imaginar o mundo manifestado. Neste ponto vale a pena lembrar o Primeiro Princípio Hermético - Deus é Mente, o Universo é Mental. Depois, quando Deus ‘formou’ o mundo, as almas foram moldadas e materializadas e se apresentaram perante Ele para procurar sua tarefa no caminho de evolução. É desse ponto de vista que podemos interpretar a ‘expulsão do Paraíso’, que de fato, expulsão é, como se as almas fossem bilhões de espermatozóides ejetados de dentro de Deus! Podemos também concluir que essa é uma idéia rudimentar daquilo que atualmente chamamos de ‘inteligência extra-terrestre’, ou seja, forças inteligentes externas à vida física, prontas para se manifestarem.

A idéia de que as almas são essencialmente ‘forças inteligentes’ torna-se cada vez mais enraizada, especialmente por causa do interesse que os cientistas modernos demonstram acerca dessa tese. Creio que ela pode parecer bastante natural, se ao menos paramos para pensar sobre a questão da vida inteligente no universo. Segundo o Zohar, essas inteligências existiam muito antes da Criação do Mundo. Elas estavam como que latentes dentro da Luz Infinita. De fato, as almas não são nada mais do que centelhas ou chispas divinas, com um Desejo de Receber próprio que as impele a serem alimentadas de Luz. Elas foram criadas dentro do Universo sem fim e fazendo parte dele. Ou seja, as almas são um Desejo de Inteligência e como tais, anseiam receber a Luz! Bonito, não é?

Bem, mas o que acontece depois que essas forças são efetivadas, ou seja, que elas tomam forma? Como essas vidas inteligentes se tornam manifestadas no nosso Universo? Na manifestação, ou seja, no mundo da Criação, (explicado na
Cabala como segundo estagio) existe a dualidade, e portanto a alma inicial é dividida em dois para poder se manifestar na matéria (terceiro e quarto estagio). Então podemos concluir que, ao se manifestar na Terra, a alma procura sempre encontrar a sua contraparte. Mas essa contraparte poderá ser encontrada somente quando for conseguido um particular nível de espiritualidade, um estado alterado de consciência, superior aos desejos inerentes do corpo encarnado. Lembrando que o corpo é somente o veículo físico, a alma deveria encontrar sua ‘outra metade’ na outra alma encarnada. É por isso que falamos em ‘alma gêmea’ e não em ‘corpo gêmeo’! Mas é especialmente a alma ‘macho’ que precisa fazer esse caminho espiritual, já que a alma ‘fêmea’, já nasce com esse conhecimento. De fato ela já encarna dotada do conhecimento do nível de Binah, (que é a Sefiroth da Estrutura da Forma) e portanto ela já encarna sem a necessidade de lutar para encontrar esse nível de conhecimento para esse propósito.

Assim, parece que a alma ‘fêmea’ encarna com uma maior sensibilidade natural, mesmo se nem sempre ela compreende seu valor. O corpo físico, que inclui as emoções e o intelecto, representa somente 1% da manifestação de seu total. Ou seja, enquanto a alma encarnada estiver movida por esse 1% estará cometendo erros após erros. Então, quando procuramos nossa alma gêmea, não é suficiente sentir atração física e emocional, precisamos também e principalmente reconhecer a Luz no interior da outra pessoa. O amor que depende de algo físico, desaparece quando este algo desaparece. Assim, o amor baseado na atração física, desaparece quando essa termina. O amor baseado no status social (ou qualquer outra condição) desaparece quando essa condição não está mais presente.

Qual a mensagem?
Se não amamos a Luz no interior da outra pessoa, não amamos realmente essa pessoa.

Assim, amar é algo maior do que a condição física de amar. O amor verdadeiro implica em compreender que o AMOR - tal como nós o praticamos - foi criado como um treino para que aprendamos a amar a Força da Luz do Criador dentro de todas as criaturas!
E aí está a resposta para nosso problema! O Amor transcende uma determinada pessoa, mesmo se é numa pessoa que encontraremos esse amor e, portanto, a nossa ‘alma gêmea’!
Será que conseguiremos procurar amar a centelha divina que existe em todas as criaturas? Somente assim nunca nos sentiremos vazios e solitários como quando um amor - físico - acaba! Quando acaba o ‘fator 1%’ devemos pensar que estamos ainda com o restante, os outros 99%; como então nos sentir sozinhos? Não deveria ser o contrário?

Vamos fazer um exercício: imaginem um cofrinho de guardar centavos (como aqueles de antigamente). Ele está repleto de moedinhas que representam atos de amor.
Ao abrí-lo podemos escolher se gastar todas essas moedinhas de uma só vez, com um grande amor, por exemplo, ou com uma só pessoa, ou se gastar cada pequena moedinha (cada pequeno gesto ou palavra de amor), uma por dia, com muitas pessoas, carentes de nosso carinho! Uma palavra de amor hoje, um gesto de amor amanha... e... milagre, poderemos verificar que nosso cofrinho não se esvaziará nunca! Pois a Luz Divina continuará a enchê-lo com outras tantas, milhares de pequenas moedinhas!
Os atos de amor se multiplicam.

somente o Amor atrai o Amor. Amem profundamente e sem restrições. E seu cofrinho permanecerá sempre cheio!

Muito amor para todos e uma boa semana!


Levar a vida a sério não quer dizer passar a vida inteira meditando.

Levar a vida a sério não quer dizer passar a vida inteira meditando, como se vivêssemos nas montanhas do Himalaia ou nos velhos dias do Tibete.

No mundo moderno temos que trabalhar e ganhar nosso pão, mas não nos devemos enredar em uma existência das-oito-às-seis onde vivemos sem noção do significado mais profundo da vida.
Nossa tarefa é chegar a um equilíbrio, encontrar um caminho do meio, aprender a não nos estendermos além do possível em atividades e preocupações irrelevantes, e simplificar mais, e mais nossas vidas.
A chave para encontrar um equilíbrio feliz na vida moderna é a simplicidade.
Assim, a disciplina é fazer o que é apropriado ou justo, isto é, em uma época excessivamente complexa, simplificar nossas vidas.
A paz de espírito surgirá daí.

Haverá mais tempo para tratar das coisas do espírito e do conhecimento que só a verdade espiritual pode trazer, e que podem ajudar a enfrentar a morte.
Infelizmente só uns poucos de nós fazem isso. Talvez agora devamos perguntar a nós mesmos:
“O que de fato consegui realizar na vida?” Com isso quero perguntar:
o que de fato compreendemos sobre vida e morte?

Se observarmos nossa vida, veremos claramente quantas tarefas sem importância, as assim chamadas “responsabilidades”, se acumulam para preenchê-la. Um mestre chega a compará-las a “fazer faxina num sonho”. Dizemos a nós mesmos que queremos empregar o tempo nas coisas importantes da vida, mas nunca temos esse tempo. Mesmo no simples levantar-se pela manhã, há tanto o que fazer: abrir a janela, fazer a cama, tomar banho, escovar os dentes, alimentar o cachorro ou o gato, lavar a louça da véspera, descobrir que o açúcar ou o café acabou, sair para comprá-lo, fazer o café da manhã – a lista é interminável. Aí há roupa para arrumar, escolher, passar e dobrar de novo. E o que dizer do cabelo ou da maquiagem?

Incorrigíveis, vemos nossos dias se encherem de telefonemas e projetos insignificantes, com tantas responsabilidades – ou devemos chamá-las “irresponsabilidades”?

Nossa vida parece viver-nos, possuir seu próprio ímpeto bizarro de arrastar-nos; no fim sentimos que não temos mais escolha ou controle sobre ela. As vezes acordamos a noite banhados de suor, perguntando a nós mesmos: “ O que estou fazendo com minha vida?” Mas nossos temores só duram até o café da manhã. Logo, pomos a pasta sob o braço e começamos tudo de novo.
Penso no santo indiano Ramakrishna, que disse a um dos seus discípulos:

“Se usasse para fazer prática espiritual um décimo do tempo que dedica a distrações como conquistar mulheres ou ganhar dinheiro, você se iluminaria em poucos anos!”

Continuar pensando obsessivamente nessas coisas pode tornar-se um fim em si mesmo e uma distração sem sentido.
A sociedade moderna me parece uma celebração de todas as coisas que nos afastam da verdade. Esse samsara moderno alimenta-se de ansiedade e depressão que ele próprio fomenta, e para as quais nos treina e cuidadosamente nutre com um mecanismo de consumo que precisa manter-nos ávidos para continuar funcionando. O samsara é altamente organizado, versátil e sofisticado. Investe sobre nós de todos os lados com sua propaganda, criando à nossa volta uma cultura de dependência quase inexpugnável. Quanto mais tentamos escapar, mais nos sentimos enredar nas armadilhas que ele tão engenhosamente nos prepara. Como dizia no século XVIII o mestre tibetano Jikmé Lingpa: “Hipnotizados pela mera variedade de percepções, os seres vagam infinitamente perdidos no círculo vicioso do samsara”.
Obcecados, então, por falsas esperanças, sonhos e ambições que nos prometem a felicidade mas conduzem somente à miséria, somos como forasteiros rastejando num deserto sem fim, morrendo de sede. E tudo que esse samsara nos oferece para beber é um copo d’agua salgada, com o propósito de deixar-nos ainda mais sedentos.

Autor: SOGYAL RINPOCHE
Fonte: Textos tirados do livro: O livro tibetano do viver e do morrer, - Editora Talento e Palas Athena


AMOR PLATÔNICO ... VOCÊ SABE MESMO O QUE É ?




Você pensa que amor Platônico é ficar apenas desejando aquela(e) garota(o) linda(o) da escola que você sabe que nunca vai botar as mãos? Pense novamente. Após a leitura deste artigo, você nunca mais vai encarar o amor da mesma forma.

Entrevista com Renée Weber, por Scott Minners, extraída do livro A visão espiritual da relação Homem & Mulher; Ed. Teosófica


Todos já ouvimos falar de amor platônico e presumimos que ele está relacionado com a filosofia de Platão. O que é isso, exatamente?


O amor platônico é o mais incompreendido de todos os conceitos de Platão. As pessoas, que em sua maioria não conhecem a obra de Platão, pensam que amor platônico significa amor ascético ou assexuado. Isso não é verdade. Em O Banquete, Platão apresenta o amor sexual como um ato natural, mas com raízes infinitamente mais profundas.



No pensamento de Platão existe um princípio cósmico sobre o amor?


Sim. Para Platão o amor é um princípio cósmico. Ele afirmou que o amor é uma escada com sete degraus, que vão do amor por uma pessoa até o amor pelas realidades superiores do universo. Todo o livro O Banquete, sua mais importante obra sobre esse assunto, é dedicado ao amor em seus diversos aspectos. Ele diz que, mesmo que eu me apaixone por uma pessoa, atraído por qualidades, fixar-me exclusivamente nessa pessoa é permanecer no primeiro degrau de uma escada que possui muitos outros.

 
O passo inicial nessa escada, para a maioria das pessoas, ocorre através do amor físico. Platão diz que o ser humano busca a imortalidade através da pessoa amada, por meio da procriação. Entretanto, fixar-se nesse primeiro degrau é permanecer parado, em comparação a tudo o que uma pessoa pode vir a ser.


Isso não quer dizer que Platão negue o corpo ou o amor físico. Ele apenas afirma que, se eu deixar de ampliar esse relacionamento e não subir até os outros seis degraus, irei permanecer estagnado. Os passos seguintes serão um desdobramento natural da condição humana.

Aonde mais o amor pode levar? Como ele pode crescer até dimensões maiores?

 
O diálogo completo de O Banquete é a resposta de Platão a essa pergunta. No livro, diversas figuras da sociedade ateniense estão reunidas discutindo a natureza, o sentido e as implicações do amor. Elas fazem várias descrições de amor, todas unilaterais, embora não falsas, até chegar a vez de Sócrates. Uma das pessoas disse que o amor nos faz adotar atitudes nobres para sermos merecedores do amado. Outra afirmou que o amor é uma espécie de frenesi e loucura, e outros, como Aristófanes, classificaram-no como a busca da nossa outra metade.
Você poderia perguntar como é que a nossa "outra metade" se extravia. Segundo Platão, Aristófanes disse que todas as pessoas têm corpos duplos e dupla face. Haveria três tipos de humanos no mundo. Na figura homem/homem, o corpo todo era formado por figuras masculinas. Um outro tipo seria composto por elementos femininos, e por último haveria o masculino/feminino.

Seria um ser andrógino?


Sim, uma figura andrógina, com uma metade feminina e outra masculina. Trata-se, na verdade, de uma fábula, um mito encantador, destinado a revelar um ponto muito profundo. Segundo Aristófanes, esses seres duplos cometeram transgressões contra os deuses; como castigo, foram divididos ao meio. Sob essa perspectiva, o amor é literalmente a busca da outra metade.
Essa fábula tem implicações muito abrangentes em termos da metafísica e da ética de Platão. É um outro modo de afirmar que não somos seres completos, e que os movimentos do amor são uma busca de complemento.



Platão diz que o amor "é uma loucura que é dádiva divina, fonte das principais bênçãos concedidas ao homem."


Exatamente. Ele tem uma visão muito exaltada do amor entre os sexos e, na verdade, não quer que subestimemos o seu alcance e significado. Acho que ele emprega o termo loucura para se referir ao primeiro degrau, porque, sob a influência da paixão física, perdemos de vista perspectivas e prioridades. A alma anseia tanto pelo contato com a outra pessoa que perde o juízo.


Quando você está apaixonado, é como se o universo estivesse concentrado na outra pessoa. Isso não é necessariamente falso. Platão diz que, em certo sentido, o universo realmente está nessa pessoa. Você só precisa transformar essa dimensão e ver não apenas a pessoa, mas o universo nela.



Mas, no primeiro nível da escada, esse seria apenas um tipo de amor com motivação pura ou incluiria também uma relação amorosa normal, com suas doses de motivação egoísta?


Essa é uma pergunta vital para compreender a ótica de Platão sobre o amor. Tudo o que ele disse em O Banquete - ao amar uma pessoa você está amando o universo e vice-versa - relaciona-se ao amor genuíno, sem egoísmo. Ele jamais apóia o relacionamento físico apenas como meio de obter prazer.



Seria correto dizer que, para Platão, o relacionamento sexual significa mais que um impulso instintivo, porque poderia colocar a pessoa na senda do amor autotranscendente?


Sim, mas com a ressalva que você acabou de levantar: desde que seja uma paixão genuína, carinhosa e abnegada. Em todos os diálogos de Platão, o uso do outro simplesmente para uma gratificação egoísta se dissocia dessa senda; é uma cilada, um perigo, não é amor e não levará a lugar algum.

 
O amor platônico é tão amplo e universal que, embora comece como amor pela forma bela, termina como o amor pela própria beleza, um princípio eterno do universo. Você é levado, de um modo muito natural, a perceber que todas as formas belas são dignas de amor, se torna sensível a todas elas. Platão emprega constantemente o termo beleza; a beleza das idéias toma-se tão ou mais real que a beleza física.

 

Ao universalizar o conceito de beleza manifestada na forma, Platão a vincula ao amor?
Amor e beleza estão ligados. Você vê beleza quando está amando. À medida que progride, você sente por todas as formas belas a espécie de exaltação que experimentou quando se apaixonou pela primeira vez. Quando permite que o amor o leve para a frente, você sai do particular em direção ao múltiplo.

 
Em seguida, você vê que a beleza da mente é mais maravilhosa que a beleza da forma. Platão afirma que você se apaixona pela qualidade da mente de uma pessoa mesmo que sua forma física não seja tão graciosa. Essa é uma progressão do concreto para o imaterial, sob a influência e inspiração do amor.



Esse é o passo número dois?


Não. O passo número dois é amar todas as formas físicas belas. O terceiro passo é amar a beleza da mente, independente da forma física à qual ela está associada.

E qual é o passo seguinte?


O quarto passo da escada do amor é a ética - o amor pelas práticas belas. Envolve integridade, justiça, bondade, consideração - características que também contêm beleza e impelem ao amor. É um passo mais abrangente e universal. Ele conduz ao degrau número cinco, que é o amor pelas instituições belas.

 
Esse quinto estágio diz respeito ao modo como a sociedade funciona quando suas instituições estão em equilíbrio e harmonia. Trata-se de amor pelo governo, pela cultura e por tudo que a obra A Republica cita como exemplo de instituições belas. O bem comum é o interesse primordial, não o bem do indivíduo, do núcleo familiar ou mesmo da pequena comunidade.
Desse ponto, a alma ascende para o sexto degrau da escada do amor. Ele é uma curva gigantesca para o alto, em direção ao universal e ao abstrato. A isso Platão chama "ciência", ou seja, conhecimento e compreensão. No sexto passo você se apaixona pela ciência, que articula não só as leis que governam o indivíduo, a família e a sociedade, mas algo que transcende o meio local. A beleza da ciência é universal, como o Teorema de Pitágoras.

Ou como a biologia da Terra?


Exatamente. E como o universo de Einstein, que inclui o cosmo inteiro. A ciência apresenta beleza, harmonia e ordem. Você pode se apaixonar por isso tão profundamente quanto por um homem ou por uma mulher. Os grandes cientistas como Einstein, Kepler, Galileu e Newton afirmaram que, ao articularem as leis do universo, estavam estudando a lógica, a ordem e a beleza da mente de Deus.

 
Giordano Bruno, filósofo e cosmólogo executado pela Inquisição em l600, preferiu ser queimado na fogueira a negar seu insight científico de um universo infinito e interligado. Ele manifestou uma paixão tão profunda pelas leis do universo que defendeu sua visão assim como um homem defenderia a mulher amada de uma agressão. Preferiu a morte à negação desse amor. Isso é amor verdadeiro.



E o sétimo degrau?


Sócrates fala sobre ele em O Banquete. Você sabe que algo importante está para ser dito quando ele começa a falar, alegando que aprendeu tudo com uma sacerdotisa sagrada chamada Diotima. Nesse ponto, Platão prepara a audiência para esperar algo importante e profundo, e não nos desaponta.

 
Diotima afirma existirem os mistérios menores e maiores do amor. Os mistérios menores são os quatro primeiros degraus. Mas, ao explicar como ascendemos na escada, ela se detém; há uma espécie de momento solene no discurso. Ela diz a Sócrates: "Esforça-te, por favor, por estar o mais atento possível".

 
Sempre que um personagem de Platão diz isso, você sabe que ele vai articular um ensinamento esotérico. É um momento cercado de grande solenidade, onde o autor chama a atenção para algo importante.

 
Os mistérios maiores do amor (os degraus cinco, seis e sete) evoluem na direção da visão universal. Diotima afirma que, entre os passos seis e sete, passamos quase imperceptivelmente do mundano para as realidades superiores do universo. Platão emprega a palavra subitamente. Depois de passarmos por todos os degraus, ocorre, no sétimo passo, uma diferença de gradação; subitamente você vê não a manifestação da beleza, mas a beleza em si. Esse é o ponto alto dos sagrados mistérios. O amor se expressa como a manifestação eterna da beleza em si. Você se apaixona pela essência que torna belas todas as coisas.
Segundo o discurso de Diotima, em O Banquete, "apenas em tal comunhão, mirando a beleza com os olhos da mente, o homem será capaz de suscitar não projeções de beleza, mas realidades (pois ele entronizou não uma imagem, mas uma realidade), produzindo e nutrindo a verdadeira virtude para tornar-se o amigo de Deus, um ser imortal".

 

Isso soa como um contato visionário com uma realidade ou verdade suprema.


É uma espécie de visão. É como ver o sol na alegoria da caverna, em A República. Depois de viver de costas para o sol e ver apenas sombras na parede, subitamente você vê a luz! É uma fusão com a forma amada, a integralidade; é uma espécie de imortalidade.
O amor mundano e físico é o início da busca da totalidade. O final é a visão do que está por trás do universo, do que o faz girar. Portanto, no sétimo degrau da escada do amor, apaixonar-se é unir-se à origem do ser. É uma espécie de doutrina mística do amor, e esse é o amor platônico. Trata-se de um ponto de vista comovente e inspirador, que transcende enormemente a idéia de ficar de mãos dadas com alguém.



Platão diria que o amor está no centro da vida universal?

 
Sim. Em O Fedro, ele utiliza uma outra metáfora para mostrar essa mesma idéia de amor, oscilando entre o mortal e o imortal, entre o específico e o universal, entre o concreto e o abstrato. Nessa obra, os amantes são impelidos a buscar regiões mais elevadas, formas mais puras de amor. Por isso, criam asas. As asas permitem que eles voem até a borda do universo, onde eles vêem as formas eternas, ou seja, a essência das coisas temporais.
Em seguida Platão expõe outra metáfora: a da carruagem puxada por dois cavalos, um branco e outro negro. O garanhão negro representa o amor egoísta, quando uma pessoa usa a outra para a autogratificação. Uma pessoa comandada pelo cavalo negro clama pela satisfação imediata dos seus desejos, sempre orientada pelo egoísmo. Se esse garanhão sombrio governa, ele perturba o equilíbrio da manada. Esse tipo de amor não conduz ao amor universal.
São afirmações como essas que revelam a tendência ascética de Platão. Ele adverte contra o tipo de amor excessivo, desequilibrado e autocentrado. Isso não é amor, em absoluto; é apenas amor-próprio. Mas se a pessoa ama verdadeiramente, o cavalo branco ajuda a governar, de forma que todo o grupo - o cavalo branco, o cavalo negro e o cocheiro - possa ascender em direção à "borda do céu" e visualizar as verdades eternas. O cavalo branco fornece equilíbrio com seu bom senso, integridade, altruísmo e interesse pelo outro.

O cavalo negro seria um símbolo dos sentidos físicos, enquanto o branco seria aquilo que está além dos sentidos?

 
Essa é a idéia, em termos gerais.

 

E o condutor do grupo? O que ele simboliza?


Ele representa a alma e a visão da alma, o bom senso, a pureza, o desejar espiritual. O amor pode ser a própria carruagem, o veículo para nos conduzir a uma nova dimensão do ser e proporcionar vislumbres de outros estados de consciência, no próprio ato do amor.

Atualmente poderíamos dizer que Platão sustenta uma união sexual intensa e profunda como a antecipação do êxtase da união com a realidade espiritual divina que está por trás do universo. É a imortalidade do homem simples. É uma manifestação, mesmo que reduzida, da união divina. Por isso, os seres humanos certamente valorizam a experiência do amor e do sexo. Por meio de um amor sexual intenso, cada um de nós experimenta por breves momentos a autotranscendência e a abnegação.


No degrau número sete da escada, essa autotranscendência, que era breve e momentânea, transforma-se no estado natural onde passamos a habitar o tempo inteiro. O "eu" desapareceu no segundo plano. No primeiro plano passaram a brilhar as verdades eternas, o bem e a beleza, entendidos como indissolúveis e evidentes para a alma capaz de vê-los.

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