A analogia vem do esporte. Talvez porque a vida seja realmente uma competição. Nas tardes de domingo, nos parques, entre esportistas, jovens e crianças, perde a disputa quem deixar a peteca cair. No jogo da vida, também é assim, mas virtuoso é aquele que aprende com a derrota.
De tantas metáforas presentes em nossos discursos, deixar a peteca cair é uma delas que significa que alguém não foi justo conosco ou nos decepcionou por algum motivo.
Todos detêm do livre arbítrio de agir segundo qual crê ser o melhor caminho. Quem somos nós para julgar o que é certo ou o que é errado. Só que, às vezes, o que fazemos para nossas vidas pode não acontecer na hora ou no lugar certo, e acabamos por ferir alguém. Sim, porque as pessoas têm sentimentos. Todas.
A mentira, a traição, a falsidade... nada disso combina com a amizade... nem com o amor. Diz o sábio que amigo de verdade não é aquele que diz 'vá em frente', mas aquele que diz 'vou contigo'. Amigo de verdade não mente. Quem ama de verdade não trai.
A cumplicidade é o pré-requisito para a confiança. Confiança que só pode ser conquistada com o tempo. Porque, quando abalada, será preciso que se recomece do zero, e o esforço é dobrado para reconquistá-la.
Na gíria do futebol, se você 'pisar na bola', você realiza um péssimo lance, perde o controle da jogada e pode sofrer uma queda. Da queda física dos gramados à queda moral das relações sociais.
Mas pisar na bola é um erro que todo craque pode cometer. E a reabilitação só é possível com o reconhecimento do erro.
Quem pisa na bola duas vezes no mesmo jogo é jogador perna de pau. Pisar na bola várias vezes é coisa de jogador perna de pau e fora de forma, que pode comprometer o time e decepcionar a torcida. Mas pisar na bola o tempo todo é caso de substituição imediata!
A vida é realmente uma competição, mas se a encararmos como uma disputa saudável, todos podem se dar bem. Para quem sai derrotado, o aprendizado sempre vai valer. E para quem sai vitorioso, o respeito é a melhor saída.
Saber reconhecer o erro é uma virtude, assim como também saber perdoar. Se o arrependimento veio de forma sincera, o diálogo é o caminho.
Recolha a peteca. Levante-se do chão. E bola pra frente.
(Desconheço o autor)