Sempre
me pego pensando sobre o sentido da vida.
Pergunto-me se cumprimos um
destino ou se fazemos o nosso próprio destino, se há um sentido maior
para tudo que fazemos ou se estamos apenas flutuando na brisa, se a vida
vale à pena ou se é uma causa perdida.
Estamos
sempre com pressa, correndo aqui e acolá, em tentativas desesperadas de
encontrar um lugar para nos encaixar, de sermos mais amados, de
prolongar os instantes de eternidade que escoam pelas nossas mãos.
Enquanto estamos vivos, devemos impor à vida, que por ora possuímos, a grandeza que ela necessita.
Se devemos ter uma vida grandiosa, consequentemente, algo, a meu ver, nós podemos concluir: a vida não é uma causa perdida. Por mais que na maior parte do tempo encontremos um mundo duro e seco, que vai aos poucos minando o nosso interesse e, sobretudo, a nossa capacidade de sentir; a vida está cheia de belezas e magia. O grande problema é que estamos sempre ocupados demais para perceber as alegrias que a vida nos proporciona. Possuímos uma cegueira seletiva, a qual não nos permite enxergar o que é essencial na vida.
Como bem atentou Guimarães Rosa:
“Alegria só em raros momentos de distração”.
A vida em si é cheia de momentos tristes, de perdas e derrotas que nos levam para o fundo do poço, que tornam nosso coração tão seco e quebradiço que perdemos a capacidade de sentir. Mas é também uma experiência maravilhosa, repleta de momentos de felicidades que representam a eternidade que possuímos.
Até
a morte a vida é sinuosa e complexa, sem qualquer manual de instrução,
mas, como dito, para quem sabe prestar atenção, ela está repleta de
alegria e é isso que a torna bela e grande. Assim, a grandeza da vida
consiste em ter a coragem de nunca deixar a criança que existe em nós
morrer para que sempre consigamos ter poesia nos olhos e enxergar a
felicidade, pois lembrando mais uma vez Guimarães Rosa:
https://www.youtube.com/watch?v=vx2u5uUu3DE