Escrevo-te, esta carta sem destino nem morada. É para ti que me olhas de longe e desenhas sinais junto ao mar. Colho cada um como um tesouro e a cada lhe dou a individualidade de um sonho e uma cor.
H.oje agarrei cor púrpura, quase violeta, quase coral, espalhei todas as letras que o dizem (sonho) em folha branca em traços de giz e desenhei-te. Tem reflexos de prata, a silhueta que insiste em ter vida própria entre as palavras, o mar e o desenho.
É sereia, afinal, porque canta brisa com olhar.
É feiticeira porque ora é poema, ora é desenho, flor ou luar.
Por isso te escrevo esta carta para te dizer que passei pela tua praia e ali fiquei simplesmente a olhar. Vi nuvens cinza ao longe, por isso não me fiz ao mar…
https://www.youtube.com/watch?v=Oc54b8Etbec