Sempre vivemos no mesmo barco
Somos farinha do mesmo saco
Da mesma marinha, da mesma rainha
Sob a mesma bandeira
Tremulando no mastro
E assim fomos seguindo os astros
Cortamos as amarras e os nós
Deixamos pra trás o porto e o cais
Berrando até perder a voz
Em busca do imenso,
Do silêncio mais intenso
Que está depois dos temporais
E assim fomos seguindo em frente
Fazendo amor pelos sete mares
Inchando a água de alga e peixe
Seguindo os ventos
As marés e as correntes
O caminho dos golfinhos
A trilha das baleias
E não havia arrecifes
Nem bancos de areia
Nem temores, nem mais dores
Não havia cansaço
Só havia, só havia azul e espaço